Billie Holiday - Não houve outra cantora como ela
Por Helton Ribeiro
Não houve outra cantora como Billie. A amargura que impregnava suas interpretações não era pose nem estilo, mas o reflexo de uma existência realmente sofrida. E mais: ela tinha um timbre de voz inconfundível, um “timing” particular e grande apuro técnico, fazendo uso da voz como se fosse um instrumento.
Por fim, deixou também um importante legado como compositora, com obras (geralmente em parcerias) que tornaram-se standards, como “Fine and Mellow”, “The Man I Love”, “Don’t Explain” e “Lady Sings the Blues”.
Não é exagero dizer que a vida de Eleanora Fagan (seu nome verdadeiro) foi um inferno: estuprada na infância, explorada por maridos e empresários gananciosos, condenada por posse de drogas. Lady Day, como era chamada pelos amigos, só encontrava alívio na música.
Nascida em 07 de abril de 1915 em Baltimore (Maryland), começou a cantar em Nova York, em 29. Quatro anos depois fez sua primeira gravação, com Benny Goodman.
De 35 a 42 Billie registrou seus maiores sucessos, acompanhada de dezenas de artistas de primeira linha, sendo os mais frequentes o pianista Teddy Wilson e o saxofonista Lester Young.
No final dos anos 30 e ao longo da década seguinte, cantou em orquestras como as de Count Basie e Duke Ellington, ao mesmo tempo que começavam seus problemas com as drogas e, consequentemente, a polícia e a imprensa sensacionalista.
Com a saúde e a voz debilitadas, ela continuou ativa nos anos 50, mas já sem o mesmo brilho. Em 17 de julho de 59, morreu de problemas cardíacos e do fígado, em Nova York.
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