Thelonious Monk - O alto sacerdote do bebop
Por Helton Ribeiro
Durante muito tempo, o estilo diferente e estranho do pianista foi visto como falta de técnica. Pausas, compassos irregulares, dissonâncias, um toque percussivo e anguloso fizeram de Monk um músico único no jazz. Além disso, ele foi um dos maiores compositores do gênero, com obras-primas como “’Round midnight”, “Blue Monk”, “Straight no chaser”, “Ruby, my dear” e “Epistrophy”.
Até o nome, Thelonious Sphere Monk, era esquisito. Nascido em 10 de outubro de 1917 em Rocky Mount, Carolina do Norte, aprendeu a tocar aos 11 anos e profissionalizou-se aos 22. Fez parte do grupo que criou o bebop, no início dos anos 40, gravando com Charlie Parker e Dizzy Gillespie.
De 47 a 59, produziu seus maiores clássicos, solo ou acompanhado por nomes como Sonny Rollins, Milt Jackson, Art Blakey e John Coltrane (com quem formou um lendário quarteto, no final dos anos 50). “Monk’s Music”, “Brilliant Corners” e “Thelonious Monk with John Coltrane” estão entre os melhores discos dessa época.
Consagrado, fez várias excursões pela Europa nos anos 60. Em 71 e 72 integrou o grupo “all stars” Giants of Jazz, que incluía Dizzy Gillespie, Art Blakey e Sonny Stitt. Em meados da década, retirou-se de cena devido a problemas de saúde. Morreu em 17 de fevereiro de 82, de ataque cardíaco. Seu filho homônimo, que abreviou o nome para T.S. Monk, é hoje um baterista renomado.
Paulo R. Pinheiro disse...
ResponderExcluirParabens pelo artigo.Toda vez que eu ouvia "Ruby my Dear", minha mulher me perguntava por que Monk não mandava afinar o piano;aí eu explicava que era através das dissonâncias que ele mandava suas mensagens.
A meu juizo,Monk,mais do que um músico, era um gênero musical,e, aos clássicos citados, eu acrescentaria "Ask me now" e "Ugly beauty".
24 de agosto de 2011 11:09