terça-feira, 17 de abril de 2012

CHICK COREA CONQUISTA MAIS UM GRAMMY COM CD FOREVER




Chick Corea conquista mais um Grammy com CD ‘Forever’ 


Jornal do BrasilLuiz Orlando Carneiro 




Pois foi este disco que conquistou, no último domingo, o 54º Grammy (ano–base setembro de 2010–outubro de 2011) na categoria melhor álbum de jazz instrumental, à frente dos outros quatro discos também muito relevantes que estavam na disputa: Road shows, vol. 2 (Doxy), registro parcial do concerto dos 80 anos do saxofonista-maior Sonny Rollins, em outubro de 2010, no Beacon Theatre de Nova York; The Paris sessions (Emarcy), do trio do ascendente pianista Gerald Clayton; Alone at The Vanguard (Palmetto), iguaria fina, sem acompanhamento, do mestre-pianista Fred Hersch; Bird songs (Blue Note), com o quinteto Us Five do saxofonista Joe Lovano (Esperanza Spalding no baixo, James Weidman ao piano e os bateristas Francisco Mela e Otis Brown III).


Virtuose do piano lança outros dois álbuns duplos neste início de ano
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Há três anos, Chick Corea levou para casa o Grammy da mesma categoria, por conta do volume 2 do duplo The new Crystal Silence (Concord), que documentou sublimes duetos com o vibrafonista Gary Burton, em 2007, na excursão europeia comemorativa do 35º aniversário do primeiro encontro dessa dupla que permanece como uma entidade criativa única.
No volume 1 de Forever, o trio acústico de Corea recria quatro dos oito temas tratados no Grammy winner de 2008-9: Bud Powell (7m05), No mystery (10m50) e Señor Mouse (12m), peças do pianista, e Waltz for Debby (9m50), de Bill Evans. Há ainda a valsinha Windows (8m50), que Corea lançou no antológico LP Now he sings, now he sobs (Blue Note, 1968); Hackensack (7m25), de Thelonious Monk; La canción de Sofia, do baixista Clarke; e On Green Dolphin Street (8m40), o inesgotável standard de Bronislav Kaper (1902-83).
Daqui a um ano, é bem provável que o irrequieto, camaleônico e prolífico Chick Corea seja novamente indicado para o Grammy. É que ele vem de lançar dois álbuns – ambos também duplos – de concepções bem distintas, que já recebem aplausos calorosos da maior parte dos reviwers: Further explorations (Concord) e The Continents (Deustche Grammophon).
O primeiro foi gravado em maio de 2010, em vários sets, no clube Blue Note, em trio com Paul Motian (bateria) e Eddie Gomez (baixo), e foi inspirado na música dos inesquecíveis trios de Bill Evans, integrados em épocas diferentes por Motian e Gomez. São ao todo 19 faixas, entre as quais reinterpretações de temas marcantes de Evans, como Very early, Turn out the stars, Laurie e Peri’s scope. Corea não se esquece também de Gloria’s step, de Scott LaFaro. E ainda oferece uma versão surpreendente de Little Rootie Tootie (Thelonious Monk).
Já o primeiro volume de The Continents é uma composição na linha da Third stream music: um concerto para quinteto de jazz e orquestra de câmera, de seis partes (África, Europa, Austrália, América, Ásia, Antártica). O quinteto é formado por Corea, Tim Garland (sax, clarinete baixo, flauta), Steve Davis (trombone), Hans Glawischnig (baixo) e Marcus Gilmore (bateria). A orquestra é conduzida por Steve Mercurio, e inclui o Harlem String Quartet e o conjunto de sopros Imani Winds. O segundo volume do álbum, também gravado em junho de 2011, apresenta o jazz combo em quatro temas (dois de Kenny Dorham, um de Corea e Just friends), e o grande pianista numa série de 11 solos, variando entre um e sete minutos.

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